Provavelmente você já viu a grande mídia noticiando que no Brasil nós pagamos entre os impostos mais altos do planeta Você também já deve ter ouvido falar que nossos produtos de consumo que nem eletrônicos, automóveis, tão entre os mais caros do mundo
E não é só supérfluo não, é desde a comida do dia a dia, até casas, apartamentos, tivemos o episódio do tomate recentemente, mas o que que a gente pode fazer a respeito? Além de ficar resmungando, que ações que nós podemos implementar? Quero pensar junto com você em algumas soluções de curto e de longo prazo Apresentar um pouco do meu ponto de vista na data de hoje e esse meu ponto de vista é mais direcionado pra soluções de longo prazo Antes de continuarmos, o meu nome é Seiiti Arata não tenho nenhuma afiliação partidária, política Isso aqui é um bate-papo super despretensioso Pra gente pensar junto
Eu acho que o YouTube não é um lugar muito bacana pra discussões, então se você quiser discutir esse vídeo vou colocar um link logo abaixo que leva você pro Facebook Vou colocar como wwwaclassealtacom/brasil2013 E pra esse papo eu tô usando três fontes de pesquisa, tá Vou colocá-los em ordem histórica, primeiro é uma revista 'The Economist' de 2009 ele tem um relatório especial de catorze páginas só falando do Brasil, a segunda fonte de pesquisa é o livro Porque Tudo Custa tão Caro no Brasil, do Alexandre Versignassi e do Filipe van Deursen, de 2013 em Abril
É um e-book que você pode fazer download, eu vou deixar o link pra você, tem umas dezoito páginas, e é um livro que eu recomendo fortemente E a terceira fonte de pesquisa é a revista 'The Economist' de Outubro de 2013, ou seja, quatro anos depois, você tem uma nova reportagem especial também com catorze páginas e mostrando uma fotografia um pouco mais pessimista do Brasil, do que a reportagem de quatro anos atrás E a pergunta é, basicamente: o que que nós podemos o que que nós vemos as pessoas por aí fazendo pra se pra se virarem né, no meio desses desafios econômicos, o que que a gente tem notado que as pessoas estão escolhendo como soluções? Eu quero dizer que eu não gosto das soluções de curto prazo Eu vou elencar porque eu acho que é importante a gente ter uma ideia do que que existe né
Uma solução é parcelar, você quer comprar um carro não tem o dinheiro, vai até uma concessionária e vê qual que é o melhor plano, né, e o melhor plano pra maior parte das pessoas é aquele plano que cabe no bolso, aquela pequena parcela Ou uma segunda alternativa seria espremer o máximo de recurso do Governo, então desde a hora de eu procurar um emprego, eu vou encontrar aquilo que o Governo dá mais benefícios, dá algum tipo de incentivo, alguma bolsa, eu vou tentar aposentar o mais cedo possível, enfim, eu vou espremer ao máximo os benefícios que o Governo oferece, e pra quem é empresário, vai buscar aquele regime tributário que tem mais benefícios, muitas vezes fica até na informalidade pra poder sobreviver aí à toda burocracia do Governo, a carga tributária Uma outra solução é fazer compras no exterior, você vê um smartphone que em São Paulo custa dois mil reais e tem um equivalente, mesmo modelo em Miami seiscentos e cinquenta muita gente pega o avião e vai comprar muamba, né E o cara compra, não apenas pra consumo próprio, mas compra presente pro ano inteiro, pra todo mundo, presente de natal e ainda traz algumas encomendas pros amigos aí Uma outra solução seria a informalidade né, quando você pede aquele desconto sem nota, é de certa maneira bem parecida com a modalidade número três, que a gente fica fora da legalidade, né, e evita os custos públicos
E só pra não ter nenhum mal entendido, de forma alguma eu estimulo ou apoio isso, ao contrário eu acho que eu vou desenvolver um pouco mais o raciocínio ao longo do vídeo Uma outra ideia seria o boicote, então você para de comprar e faz uma pressão em cima das pessoas que oferecem preços muito altos pra que eles reduzam o preço
Na minha opinião nenhuma dessas alternativas, é tem uma força de longo prazo, por isso que eu digo que são de curto prazo, porque é são caminhos pra gente contornar o problema a gente não tá atacando a causa Aí por isso que vem uma sequência lógica seria a gente entender um pouco mais dos fatores que tão atrás, né, de cada uma desses problemas que nós estamos enfrentando pra gente poder definir melhor as soluções possíveis O Alexandre Versignassi nesse livro, Porque Tudo Custa tão Caro no Brasil, fala que desde a década de 90 até 2002 a gente exportava uma cerca de cinquenta bilhões por ano E de 2002 pra frente, isso triplicou Tá, a gente foi pra cento e cinquenta bilhões mais ou menos E o mundo todo tava precisando de vários recursos que o Brasil tem, desde petróleo, comida, minério de ferro, então foi um período que quarenta milhões de brasileiros saíram da pobreza
A gente teve um grande avanço econômico entre 2003 a 2011 E esse dinheiro que entrou, logicamente foi bom pra todo mundo Porque começou a circular na economia, e as pessoas puderam consumir mais e isso leva a gente pra um segundo fator que é o fator do aumento do preço de imóveis Você tem agora uma economia mais aquecida, as pessoas podem sonhar com o imóvel próprio, né geralmente as pessoas não têm dinheiro para comprar o imóvel, elas vão até o banco pra buscar o financiamento E o que acontece? Num mercado aquecido tá todo mundo disputando apartamento à tapa
O que acontece? Os preços começam a subir, é óbvio Então eu vou até o banco, peço um empréstimo, antigamente o banco podia ter um certo receio e falar: – mas quem que é esse cara, será que ele vai pagar ou não? Só que hoje não, como você tem uma demanda muito grande, os preços vão subindo Então quem comprou imóveis há dez anos atrás, hoje se quiser vender, pode vender por um preço muito bom E que consequências que isso traz? O preço vai subindo tá? O cimento sobe, o preço do pedreiro sobe, do vidraceiro sobe, tudo sobe, e você tem uma quantidade pequena de pessoas qualificadas, comparado com a demanda Se você fez alguma reforma recentemente, você sabe que é muito difícil, é tudo muito caro Então o que a gente vê hoje são até tenho amigos que fizeram reformas, e foram roubados literalmente porque o cara que tá cuidando da obra se você não ficar de olho, ele vai contar alguma estória furada e fala: – não, preciso de mais dinheiro, preciso comprar mais coisa E você compra e na verdade não precisa de nada daquilo Mas ele te pressiona Então eu tô contando isso tudo por uma perspectiva bastante pessoal, eu não sou economista, tá, eu sou um cidadão igual você, tentando entender essa maluquice como que a nossa economia tá
E usando principalmente essas três fontes que eu mencionei Outro conceito bem importante pra esse vídeo de hoje é a gente entender essa ideia de curto e longo prazo Então quando você tem uma injeção de dinheiro que faz o aquecimento, né, na economia o que que o Governo faz, o que que os empresários fazem? Eles querem continuar crescendo, então eles investem em mais usinas de energia, em mais ferrovias, em mais infraestrutura E quanto mais atrasado o país estiver, mais coisa tem pra ser feita Né você quer encontrar formas de ter energia mais barata, de você ter entregas, né, mais eficientes
Então o Alexandre Versignassi e o Felipe van Deursen, eles falam que os países emergentes geralmente eles colocam trinta e um porcento do PIB pra reinvestir Mongólia, eu acho que coloca mais de cinquenta porcento, e o Brasil coloca dezenove porcento Quer dizer, esses números todos, tão no e-book, tá, que eu vou novamente botar o link aqui da Superinteressante, eu acho é bem interessante, tá super interessante, é bem interessante, você vai gostar muito E no Brasil, você quer transportar soja você enche o caminhão de soja, dirige mais de dois mil quilômetros pra chegar até o porto de Santos, isso tudo prejudica a nossa competitividade Se você vai pra Santos, não tem como você não ficar abismado olhando: – po tem quarenta quilômetros de caminhão enfileirado
Né, aguardando, pra poder descarregar Ao invés de colocar em um silo você deixa tudo dentro do caminhão e isso deixa nosso custo muito mais caro, três vezes mais caro do que é o custo de transporte nos Estados Unidos E aí essa diferença do custo, por exemplo, nos Estados Unidos que é mais barato, que que os empresários falam os fazendeiros fazem? Eles reinvestem pra ter melhor tecnologia de plantio No Brasil não, o fazendeiro tem que assumir esse custo e dá uma série de problemas Acho que a China cancelou uma compra de mais de dois milhões de toneladas de soja, porque a gente não conseguia colocar no navio Então, os nossos custos são muito altos, pra tudo, pra produzir, pra entregar O país não é eficiente
E um país não eficiente, não tem como manter um custo de produção baixo, não tem como ter preços competitivos e também não tem como oferecer um preço justo pra população, pra produtos internos Outro problema, que seria o problema número quatro é ineficiência jurídica O Brasil tem uma maluquice jurídica, as leis são muito complicadas, muito confusas De acordo com a Superinteressante, as empresas gastam um terço do ano, só pra cuidar de imposto é uma quantidade gigantesca, acho que são quarenta e seis normas que o pessoal da Superinteressante fala que vem por dia, quarenta e seis normas por dia tributadas Você tem que ter uma equipe tributária dez vezes maior pra lidar com toda essa maluquice, do que quando você compara com uma equipe tributária de uma empresa estrangeira
Então ou o cara tem que pagar por um monte de advogado, contador ou então ele dá um jeitinho E ele paga um suborno pra algum fiscal, eventualmente, se ele não quiser ser autuado Logicamente, felizmente não são todos né, que seguem esse caminho Eu tô falando o óbvio, isso acontece infelizmente com muitas empresas Então o que a gente tem que ter? Tem que ter uma eficiência de mercado maior
Só pra dar outros dois exemplos de complicação jurídica, a Lei Trabalhista é um A nossa Lei Trabalhista de basicamente de 1940, que aquela época que o paradigma era quem que é o trabalhador? O trabalhador é um cara que vai pra fábrica, né, uma montadora de qualquer coisa, e ele quer trabalhar a vida toda lá, ele quer ter um plano de carreira, então as leis trabalhistas elas protegem o trabalhador pra que ele não seja movido, pra que ele não saia pra que ele continue sempre naquele mesmo lugar E essas leis elas não têm a ver com a indústria hoje, com as novas indústrias de tecnologia que nem o trabalhador, nem o empregado querem manter alguém pra sempre naquela mesma empresa, é tudo muito mais dinâmico E isso deixa o processo todo de contratação mais caro Outro problema tributário
outro problema jurídico é na parte de previdência A 'The Economist' fala que na década de setenta as a família média tinha seis filhos, cinco ponto oito filhos, hoje as famílias têm dois filhos, um ponto oito filhos Então o que acontece? Aquelas pessoas que nasceram na década de 70 hoje tão com trinta, quarenta anos elas estão no mercado de trabalho, tão contribuindo Só que que acontece? Vai chegar uma hora que elas vão aposentar Então ao invés de ficar colocando, elas vão começar a tirar
Se esse povo todo começar a aposentar, tirar dinheiro e a população jovem não for suficiente pra contribuir na mesma proporção, vai chegar uma hora que o Governo tem dificuldade na hora de fechar as contas, é outro desafio nosso E um quinto problema são as altas margens de lucro na minha interpretação pessoal, até falo que é uma falta de empreendedores que o Brasil tem Esse é um ponto que eu deixo até muita gente indignada e com razão e cada um de nós é um pouco responsável, pensa no seguinte você já viu várias reportagens, se você não viu procura no YouTube você vai ver, tem várias reportagens falando que o carro no Brasil é muito mais caro que em qualquer outro país Tá procura no Google, YouTube, você vai Canal do Otário é um canal muito legal ele explica direitinho isso Não vou ficar repetindo a conta mas no Brasil os produtos são muito mais caros, o automóvel é um excelente exemplo Por que que ele é mais caro? É por que o imposto é mais alto? Sim Por que o custo de produção é mais alto? Sim
Por que não tem infraestrutura? Sim É complexo juridicamente, por que a Lei Tributária é velha? Sim Mas além disso tudo, eles sabem, as empresas sabem que as pessoas pagam A margem de lucro no Brasil é muito mais alta e isso tem dois grandes motivos Primeiro motivo é a falta de empreendedores, tá
Com todos esses desafios que a gente tem aqui mesmo assim você vê os empresários que aparecem a maior parte fica na informalidade, eles não querem pagar imposto o que não dá, ou se enforcar em burocracia também não dá é muito complicado Então eles mantêm as operações bem pequenininhas pra aproveitar certos benefícios tributários pra microempresas, eles não têm estímulo pra ganhar escala, faturar mais e ir pra um próximo nível ter uma fábrica totalmente brasileira de carros, você não vê isso acontecendo, agora o outro problema é que os brasileiros, nós brasileiros gastamos sem pensar duas vezes, no nosso curso de enriquecimento A Classe Alta, eu falo muito da Psicologia de Consumo Isso aqui é explicado principalmente pelo nosso legado histórico, tá, a hiperinflação década de 1980, 1990 Eu lembro quando eu era criança, quando meus pais recebiam o salário, a gente tinha que sair correndo pro supermercado pra gastar tudo Porque o preço era remarcado todo dia
E tem um outro problema quem passou pelo Plano Collor, teve uma experiência super traumática que congelaram as economias de todo mundo, você não podia mexer no seu dinheiro por dezoito meses Então quer dizer historicamente o Brasil ele nunca dificilmente ele tinha momentos que você era recompensado por poupar, por ter uma vida econômica bem regrada, bem responsável Se você ganha dinheiro as pessoas imediatamente, até hoje te perguntam: – E aí, vai gastar onde? – Vai comprar o quê? Mas é são várias divagações, obrigado pela sua paciência e curiosidade de ficar aqui junto, a gente veja, eu não tenho qualificação nenhuma pra falar de política, de economia, tá Eu tô aprendendo, tô aprendendo junto com você, tô te dizendo que foram três grandes fontes, tá
Duas edições da 'The Economist' intercaladas aí com essa matéria muito boa da Superinteressante que inclusive me parece que a edição mais nova da 'The Economist' aproveitou muito do trabalho excelente da turma da Superinteressante Mas enfim, isso aqui é um pontapé inicial pra gente trocar ideia de igual pra igual Como é que a gente vai fazer isso? Como eu falei agora há pouco, eu acho que o Facebook hoje é uma plataforma muito mais bacana pra gente dialogar do que o YouTube então vou botar um link aqui abaixo esse link, ele vai te redirecionar pra minha página de Facebook e a gente pode continuar batendo papo lá Eu tô bastante interessado em saber quais são as suas ideias de outras soluções de curto prazo e de longo prazo a respeito do curto prazo a gente falou de financiamento, né, parcelamento de número dois, aproveitar o máximo de benefícios que o Governo dá Número três, fazer compras no exterior, ou quatro ficar na informalidade
E cinco, protestar contra lucros abusivos E eu quero saber da tua opinião O que que você acha, você acha que vai ajudar? No longo prazo? Se isso é sustentável? Quero muito saber a sua opinião Se você quer saber a minha opinião, minha interpretação hoje, de como que essas coisas tão configuradas, nenhuma dessas cinco alternativas vai melhorar as coisas no longo prazo porque elas só tocam os sintomas, elas não atacam as causas Eu não tô nem discutindo a ética de cada escolha, isso é uma coisa extremamente pessoal e quem sou eu pra ficar falando quem tá certo, quem tá errado
Mas eu acho que, destes desafios que nós temos hoje se o problema é infraestrutura, investimento que vem tanto de setor público como setor privado, necessidade de uma reforma jurídica e mais empreendedorismo, parece que o caminho a seguir é esse e nenhum deles acontece no curto prazo, então quanto mais pensamento de longo prazo nós temos, me parece melhor mas eu já falei demais e agora eu quero muito continuar esse bate papo contigo Vou deixar o link aqui em algum lugar da tela e a gente se fala lá Um abraço e bom final de semana Eu tô fazendo esse videozinho aqui no no sábado, aproveitando pra uma caminhada Até mais, meu nome é Seiiti Arata da Arata Academy