Gustavo Cerbasi com mais um Drops de Inteligência Financeira, hoje para falar com você sobre um assunto que considero fundamental no sucesso de qualquer planejamento financeiro de longo prazo: diversificação de investimentos em renda variável Uma prática que, se bem aplicada, pode proporcionar para você rentabilidades bem maiores do que aquelas que você tem no chamado retorno livre de risco, ou seja, aquele retorno que você tem, apenas, a partir de bons produtos de renda fixa
Existem diversos estudos acadêmicos que mostram que sem precisar ser especialista, qualquer pessoa pode se adequar a modelos simples de composição de carteiras de investimento e diversificação de riscos para ter rentabilidades acima da média Por mais que eu discorde de um ou de outro argumento que embase esses modelos, gosto, particularmente de um deles, que costumo abordar em meus livros, palestras, treinamentos e no curso Inteligência Financeira também Hoje eu vou falar sobre aquele que eu vejo como o principal modelo de composição de carteiras de investimento, um modelo bastante simples e que há anos proporciona bons retornos aos investidores: o rebalanceamento de carteiras de risco de composição definida, também conhecido como "regra dos 80" A regra dos 80 parte do princípio de que existe uma porcentagem ideal para cada faixa etária investir em renda variável, renda variável inclui todos os investimentos e risco significativo, e manter o restante do patrimônio em investimentos livre de risco ou de renda fixa A lógica é: quanto mais a pessoa envelhece, menos investimento de risco deve ter na sua carteira
Funciona assim: pegue a sua idade e subtraia ela do número 80, o resultado dessa conta será a porcentagem máxima do seu patrimônio que deverá ou que poderia ir para renda variável Se, por exemplo, você tem 20 anos, e subtrair 20 de 80, chegará a conclusão de que até 60% do seu patrimônio poderia ir para a renda variável, se você tem 40 anos, e subtrair 40 de 80, por essa regra, saberá que precisa direcionar 40% do seu dinheiro para investimentos de risco e por aí vai Alguns defendem que a regra dos 80 deveria ser a regra dos 100, já que o número 80 representa a expectativa de vida do investidor no modelo científico e a tendência é de que viveremos muito mais no futuro Outros defendem que a regra seja dos 70, para ser o modelo mais conservador, vai de cada um: se a sua família tem bons históricos de saúde e você não pensa em parar de trabalhar tão cedo, por exemplo, não se acanhe em adotar a regra dos 85 e até dos 90, o que importa aqui é ter uma referência lógica para calibrar sua carteira de tempos em tempos A regra dos 80 faz bastante sentido pela lógica de que quanto mais velhos ficamos, mais dinheiro temos e quanto mais dinheiro nós temos, menor tende a ser a nossa tolerância ao risco
Isso não tem nada a ver com saúde, tem a ver com peso de uma possível perda adquiri com o passar dos anos Se, por exemplo, a Bolsa sofre uma queda de 50%, e um jovem perde metade dos R$ 10 mil que ele tinha aplicado, seu sentimento vai ser perda de alguns meses de trabalho que logo serão recompensados pelos ganhos do trabalho mesmo ou recompensados pela recuperação do mercado, ou as duas coisas juntas Se um chefe de família perde metade do seu patrimônio de R$ 1 milhão juntado a muito custo ao longo de muitos anos, seu sentimento será de perda de décadas de trabalho e de décadas que não serão recuperadas Isso justifica nos tornarmos mais conservadores a medida que atingimos nossos objetivos de formação de poupança Investimentos de risco geram diferenciais consistentes apenas no longo prazo, por isso, para garantir a colheita desses resultados e reduzir o risco de perdas significativas lá na frente, é sempre válido adotar uma postura mais arrojada no início do plano de enriquecimento e depois forçar uma redução no nível de risco
E não se esqueça: essa regra só se torna viável se, de tempos em tempos, você para para estudar sua carteira de investimentos e a recalibra de acordo com a sua estratégia Ganhou demais de um lado? Venda para trazer a sua carteira novamente para o equilíbrio Ao fazer isso, estará sempre comprando na baixa e vendendo na alta Sem acompanhamento contínuo dos seus investimentos e sem uma referência objetiva a seguir, você nunca saberá o que vender para se livrar dos excessos e o que comprar para suprir o que está em falta Investir com inteligência é investir com segurança e consistência
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